THE BEGIN
Era uma tarde de um outono qualquer no interior do Rio de Janeiro, por aqui normalmente costumava fazer sol por consequencia do meu país tropical. Ultimamente a temperatura tem aumentado bastante durante o dia e caído durante a noite, afinal estamos em pleno outono. Morar no interior de uma cidade maravilhosa como aqui tem suas vantagens, visitantes me disseram que por aqui o ar é mais limpo e a noite mais estrelada, e eu acreditei, é claro, nunca saí - e nem pretendo - daqui.
Antes que eu esqueça, meu nome é Lizzie Mac-Culloch, tenho dezesseis anos e levo uma vida muito pacata por ai pelo interior. Trabalho de segunda a sexta em uma pousada de minha familia que tinha como intenção arrecadar mais lucros para a vida aqui em Barra de São João ao construírem essa pequena pousada. É um lugar muito repousante, bastante tranquilo, não recebemos muitos hóspedes por aqui nessa época do ano, por causa da temperatura que costuma cair bem na noite, normalmente recebemos aqueles viajantes que ficam por aqui menos de três semanas e não tem nem parentes por aqui, entretanto o dinheiro que eles pagam pelos serviços da casa fazem jus a nossa hospitalidade. Nunca esqueço de meus estudos, então frequento uma escola aqui por perto, uma filial da CEFET aqui por perto. Entrei concurssada, meus pais, Erick e Fellipa fizeram uma festa quando descobriram que eu tinha passado nas duas fases, por total acabei passando em quinto lugar.
Como eu disse, enquanto eu levo minha vida pacata por aqui não tenho muita coisa que realmente me importe em fazer, então o que me resta é me dedicar aos estudos e ao orgulho que meus queridos pais sentem por mim e que eu faço com que seja maior a cada conquista minha. Em consequencia de meu respeito e dedicação, faço o que eu quero, já que a responsabilidade anda lado a lado comigo. A confiança deles em mim me parece extraordinária.
Nesta tarde de verão fora de época em um domingo respestável aqui, resolvi que estava na hora de um banho. Tinha andado durante toda a manhã como exercício, e agora estava faminta e com muito, muito calor. Cheguei em casa e rapidamente notei que meus pais não estavam em casa. Achei bem estranho, afinal eles sempre me esperam durante minha caminhada matinal aos domingos antes de saírem para irem para a cidade fazerem compras ou o que quer que sejam que eles queiram fazer. Desliguei meu mp3, enrolei-o no fio do fone e o deixei em cima da mesa de canto que tinha um pequeno telefone fixo e notei que em um pequeno pedaço da minha folha de escola tinha um bilhete com a letra de minha mãe, que logo reconheci por sua caligrafia. No bilhete dizia o seguinte:
"Filha, tivemos que ir a cidade o mais rápido possivel. Seu pai está com problemas no trabalho e então voltaremos pra casa na quarta e ficaremos na casa de sua tia. Se não fosse urgente nunca te deixaria sozinha. Eu te amo meu amor, fique com Deus."
Achei isso tudo muito estranho. Peguei a agenda que meus pais guardavam embaixo dessa pequena escrivaninha, pesquisei o número que eles tinham de minha tia Esmeralda, irmã de meu pai, que morava aqui e tinha uma renda muito melhor que a nossa e por isso morava na cidade.Rapidamente disquei o número e foi a própria que atendeu.
-Alô?
-Tia? - Imagina Liz, de quem mais seria essa voz de taquara rachada? Fiquei mais ansiosa de repente.
-Oi Liz, sou eu, em que posso te ajudar? - Ela parecia com pressa.
-Oi, meus pais estão por ai? Eles saíram do nada!
-Claro meu amor, estão te mandando um beijo e pedindo para que não se preocupe. - Realmente ouvi suas vozes bem no fundo.
-Ah sim, então... eles conseguiram resolver o problema?
-Hã? Ah, o problema... então... quando eles chegarem eles te informam sobre tudo. Agora eu preciso desligar. Tchau. -Eu não gostei disso.
-Tchau - Respondi ao telefone mudo.
Bem, não deve ter havido nada de tão importante, mas bem que esse telefonema foi um dos mais esquisitos. Tratei logo de tirar minhas preocupações da mente, eu teria que tomar conta da pousada sozinha por dois dias, e eles disseram que não era para me importar com isso então logo me animei com a ideia de que teria a casa só pra mim, então fui direto para meu quarto.
Meu banho foi tranquilo como qualquer banho sem os pais em casa. Me sequei, botei minha querida bermuda de pano leve e minha camiseta de alças finas que eu tinha ganhado de natal de minha tia. Achei que era uma boa hora para usá-la. Desci e fui direto para a cozinha, fritei um hambúrguer, botei um pouco de refrigerante num copo e fui bebendo, não tinha percebido que estava sedenta também. Montei rapidamente meu lanche da tarde e comi na mesma velocidade. Estava terminando minha refeição quando o telefone toca - coisa que acontece raramente - e por incrivel que pareça percebi que estava completamente destraída. Corri pra atender o insistente telefone.
-Alô? -Disse completamente afobada e totalmente despreparada para a voz na outra linha.
-Liz, cadê você? Desistiu de mim? (risos) -Ah, que droga, esqueci completamente de meus compromissos para este final de tarde. Minha amiga e eu marcamos de estudar português na casa dela. Seu nome era Pâmella, Pâmella Vittel,a chamavámos de Vivi, era mais fácil com duas Pâmellas numa mesma sala. Ela era baixa, tinha os olhos claros cor de mel, sua pele era acobreada, tinha uns dos melhores tons de pele da sala em minha opinião, seu cabelo era do mesmo tom de seus olhos e ele em cachos completamente definidos até o meio da cintura. Além de seu corpo escultural, de dar um baque em qualquer auto-estima em qualquer garota, ela era uma menina super recatada, estava no auge de seus quinze anos e era adiantada na escola. Extremamente inteligente e muito mais legal que qualquer pessoa que tenha passado em minha vida. Éramos como carne e unha, como se costuma dizer, então andávamos sempre juntas.
-Ah, Vi, é você. Desculpa, esqueci de verdade amiga.
-Que isso menina, tudo bem. mas você vem né?! Português? Matéria? Prova?
-Vou sim, na verdade estou saindo agorinha, vou só lavar a louça e saio de casa. Vai preparando a matéria que eu não vou poder levar a minha.
-Tudo bem, te espero então. Até!
-Até!
Desliguei o telefone e fui direto para a cozinha lavar o prato e meu copo. Vi era uma pessoa muito legal, quando queria, é claro. Muitos não falavam com ela por ela não ter dado nenhuma confiança para que alguém viesse a ter uma amizade com ela, mas comigo, por incrível que pareça, ela foi diferente. Também, com obrigações ela não brincava, estávamos fazendo um trabalho em dupla em geografia, então, ficamos juntas. Era o professor que estava escolhendo e eu sentava ao lado dela no mapeamento da sala de aula. Vi era uma amiga e tanto, não te abandonava por nada, claro que nós não passamos por muitas coisas juntas em dois anos, mas foi essa a impressão que eu tive dela.
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