Esse frio acende em mim algo que talvez eu não soubesse que poderia acontecer. É um misto de amor, alegria, paixão, vontade, resfriado e calma. São coisas que poderiam ser opostas, mas quando eu as coloco de certa forma na minha vida, ela se complementam como se tivessem sido feitas uma pra outra. Vou meio que me esgueirando pelas suas bordas e talvez eu chegue onde eu quero. Vou passando por todos aqueles que experimentaram o poder de algo e vou aprendendo a viver. Seja na neve que congela todos os sentimentos ou o calor que queima rápido todas as expectativas. Quando se vê, se foi. E só resta o frio. Aquele que sobe por todas as partes do corpo, arrepiando todos os pelos e passa devagar por todo o coração e desce, e se instala na barriga e ali você o sente. Vivo e frio. Gelado, quase morto. E ai você sente a adrenalina que se espalha e inabilita todo o resto. Imobilizada por algo tão específico se sente grande e poderosa. Mas é só isso. Sentir e nada mais. Não é concreto, não é maciço, não é real. É imaginação. E então eu volto ao calor, que queima minhas expectativas e e deixa novamente o frio entrar. O calor só entra para aquecer um momento aqui e ali, mas o frio é constante. E pelo meus calores eu vou me encontrando, pelos frios eu vou me controlando e assim eu vou vivendo. Um intermédio de estação. É assim que eu me considero.
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