O que na vida é realmente tão empolgador quanto a própria cidade? Sinceramente, venho tentando descrever em meras palavras o que a cidade do Rio de Janeiro é para mim. E não há comparação que eu possa fazer para demonstrar de modo pleno, completo, o que tudo isso significa. Em meu cotidiano, eu passo no mínimo por semana, por oito bairros diferentes, então, normalmente eu vejo de tudo um pouco - quando não estou concentrada em alguma matéria ou livro - o que me leva a reflexões... peculiares, eu diria. Com uma vontade de compartilhar a vida em uma cidade cheia de extremos, fiquei observando certas atitudes de pessoas em especiais. Enquanto desço para o ponto de ônibus - seis da manhã - normalmente é tranquilo, e as pessoas não se importam com as pessoas que passam por elas, talvez seja apenas o sono, ou a concentração em algo que não está ali de fato. Porém, o mais lindo da manhã de segunda-feira, é os sons que você se permite escutar. Todos, absolutamente todos que andam pelas calçadas, na minha rua, escutam com um clareza quase todos os pássaros acordarem, e esse amanhecer da vida, é tão exuberante e de tamanha perfeição, que apenas ouvindo, para sentir o que eu sinto quando estou na presença daqueles pássaros. Pego o ônibus. Decepciono-me quando o motorista não me responde. Quando paro para analisar, fico com medo, por que se o sono o pega, tudo se põe em risco. Mas como fico logo entretida nas formas dos prédios, isso logo passa a ser de extrema irrelevância, por que logo chega a parte que eu mais me encanto. Se de manhã, em minha pequena caminhada, eu ouço arrulho dos pássaros, no ônibus, o que mais ouço é o rugido da vida feroz e atroz das máquinas que insistem em poluir o Mundo. Impressionante o ressonar das máquinas em conjunto, quase como se as ruas respirassem, e melhor, gritassem com você. Por que as buzinas são e, em minha opinião, sempre serão o som mais constante e irritadiço que se pode ouvir de dentro que qualquer automóvel. Óbvio, que em relação as ruas foi crítica, por que a falta de paciência das pessoas em volta é quase tangível. Porém, enquanto olho pela janela, eu fico impressionada com a força de vontade da natureza em permanecer ali, abalada, mas forte em si mesma, e essencial no meio daquela briga de carros grandes. Ora, em meio em prédios, uma ou outra árvore, uma ou outra sensação de bem-estar chegava perto de nosso cotidiano. O verde jade das folhas é inconfundível com as pinturas, que em comparação são desbotadas, das paredes que parecem querer engulir as árvores. Quando eu olho para o céu do tanque, ou da taquara, talvez de campinho, não sei ao certo, ali eu fico, por que céu azul como eu vejo por aquela área, apenas via na praia certas vezes. Límpido, maravilhoso, o esplêndido céu do meu Rio, de minha cidade maravilhosa. Meu recanto a noite é estrelado e perfeito como as próprias mãos do Criador. Tudo é motivo para festa no céu, e as estrelas brilham como lantejoulas atacadas pelo reflexo da lua. Ah, lua... Nunca vi mais linda... até em suas formas mais estranhas, e mesmo em seus momentos de vergonha, quando resolve se esconder. Todo o local se encanta, os enamorados se envolve a luz da lua, as pessoas estão mais calmas, mais um dia se passou, todo a estresse e toda a preocupação... ou vão escorrendo água a baixo no banho, ou talvez, o cansaço seja tamanho que vai direto para o colchão. A vida é assim, agitada e meio sem pressa. Extrema e difere de percepções - e umas que talvez nem existam - das pessoas. Minha cidade é assim, exata como a vida, não se prolonga, vai direto ao ponto, e sem pestanejar, nos mostra o quanto é bom fazer parte da imensidão que chamamos de Universo.
0 felicidades