Apenas fragmentos esfarelados aos ventos produzidos pela corrente sanguínea. Melindrosa e possessiva seu veneno voltou-se contra si. Agora sentia o que ocorria, a erva pecaminosa infectou o seu sistema e agora não poderia mais sentir. E agora, o que fazer? Quando tudo o que ela seria queria era sentir e seu veneno impossibilitou isso. Como ser recusada por si mesma? Loucura? Quem sabe. Não conseguia entender a si própria como explicar aos outros? O veneno instalou-se em seu templo e como vírus fechou seus olhos e ouvidos. Mas sabia-se que a fechadura estava aberta, assim como o cadeado que há muito estava jogado no canto. Não era culpa do veneno, era apenas desculpa para não olhar e sentir.
Quando se não quer, não há quem faça querer. É uma guerra dentro de si mesma, e extravasar com palavras altas nunca mais fez o mesmo efeito do que as palavras escritas.
Certa vez, escreveu: “Até que todo meu ser deságüe em suas mãos, eu não estarei convicta de que sei o que significa: querer”
Sabia-se que não era necessário um relatório emocional, nunca falou, sempre foi de fazer, exemplo era a palavra cabível. Como dar a exemplo a si de uma guerra quando agora o que necessitava era falar, dizer a si mesma que estava errada e precisava voltar atrás e consertar o elo perdido. O que fazer?
Sim, certamente, apenas entender o significado prático de querer, apenas deixar-se envolver e desaguar-se em livres braços abertos e confortáveis, para melhor sentir-se consigo.
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